27 de fevereiro de 2009



O videoclip não é o original, basta ouvir a música.

Ludovico Einaudi

Pianista e compositor italiano que através de uma fusão de vários estilos consegue criar um ambiente único aos nossos ouvidos.
Outro artista que admiro por se distinguir na sua visão única da música.

Sara Almeida

26 de fevereiro de 2009

Birds at Home (2007)
Candy (2007)Night Windows (2008)
Julie Blackmon

Inspira-se nas paisagens domésticas da sua própria família, criando dramas surreais mas plausíveis que se desdobram na vida real e na própria arte.
A artista diz: “life’s most poignant moments are indeed right in front of us if only we can learn see the romance amidst the chaos”.
Descobri-a entre vários artistas e fascinou-me toda esta representação do caos doméstico cheio de cor, quase como uma pequena fábula que nos é contada através de uma imagem.
A quem quiser espreitar: http://julieblackmon.com/
Sara Almeida

21 de fevereiro de 2009



Breathe up to me
Breathe up into me
Breathe out through me
Breathe into me

The Cinematic Orchestra - Breathe

Concerto dia 2 de Abril no Coliseu de Lisboa

Exercício de consciência após uma noite de Bairro e vinho tinto.

Sentadas, entre carros e ruas de chiados, entre olhos e corpos embriagados.
Falávamos do sentido e dos sentidos, falávamos do gosto a dor que os dias nos trazem na sua monotonia. E dentro desta noite, egoístas e apavoradas, procurávamos uma mão que nada nos pedisse em troca.
Noite de prova de vinhos, pão e azeitonas, noite de presenciar o ruído silencioso da cidade, de experimentar ouvir os sons e de beber pelos anos em que somos estas noites e dias.

Sara Almeida

18 de fevereiro de 2009

Quase todas as mulheres, quando chegam à fase de “jovens adultas” têm um suposto relógio biológico que lhes diz que está na altura de serem Mães (esse grande palavrão que pode assustar os mais susceptíveis).
Um dia de manhã, aquando de uma espera interminável para uma consulta médica, pus-me a observar os vários rostos que se apresentavam no palco que construira propositadamente para eles. Eram praticamente todas mulheres (estavámos na parte da maternidade) e caracterizavam-se principalmente pelas grandes barrigas de gravidez e bébés ao colo.
De um lado ouvia os choros e do outro ouvia os risos das mães a aconchegarem os filhos, é tão bonito mas porque é que eu não consigo sentir qualquer desejo de ter um filho?
Acho perfeito o ideal da criança e do fruto que nasce de um amor mas cada vez mais me vejo como a egoísta que prefere as suas viagens e a sua independência, a ter que ficar dependente de um ser indefeso.
Vamos saltar a parte de ter filhos e vamos ter netos primeiro! É realmente impossível isto acontecer mas é como eu me vejo daqui a muitos anos, rodeada de netos e crianças a quem conto as minhas histórias de jovem inconsciente e de adulta realizada.
Quero amar crianças mas não cuidar delas enquanto mãe, faz-me sentir sufocada e presa aos rituais que não sinto.
Há quase como uma consciência do futuro e esta influencia-me em cada passo que dou na tentativa de me construir enquanto Mulher.
Admiro a mulher por ter essa capacidade de ser força em movimento mas penso que esse relógio biológico que falei serve como desculpa aquilo que lhes é incutido socialmente desde o momento em que nascem.
Peço desculpa por não conseguir seguir estas convenções, no entanto, continuo a sentir-me honrada por ter nascido com a capacidade de dar à luz.

Sara Almeida

17 de fevereiro de 2009

Flixster - Share Movies


O Piano (1993)

Um romance intemporal que ainda hoje, depois de tantas idas ao cinema, continua a ser o filme da minha vida.
Não costumo ser tão radical nas opiniões acerca da arte ou do mundo, no entanto, por amar tanto a 7ª arte é que posso afirmar que não há romance que mais me desperte a atenção que este.
A quem nunca assistiu a tamanho espectáculo fotográfico e representativo que veja O Piano e que o sinta.

Sara Almeida

12 de fevereiro de 2009


Quero retirar do peito o sonho que desfiz na tentativa de trazer o vazio para o meu corpo ainda quente .
Quero arrancar de mim a vontade de juntar os olhos com as mãos que me agarram no coração.
Quero-te!
Quero-me!
E sem saber onde me encontro, perco-me nos anseios e nas palavras que nunca te escrevi.
Sou calculista e cínica na paixão que te tenho, sou verbos de acções que não cometo e versos silenciosos que escrevo nas madrugadas em que vivo sem um corpo ao meu lado.
Não te procuro porque sei onde te encontrar, estás perto e estás longe.
Estás onde eu quero que estejas, guardado, guardado para uma outra ocasião que não esta.
Estou viva na loucura que traço na pele, estou viva no toque que não sei como desvendar, estou viva nestas palavras que proclamo em voz alta sem medo de ferir os ouvidos com aquilo que tantas vezes já admiti sentir.

9 de fevereiro de 2009

A Bed Time Story

Na rua lá ao fundo havia uma sombra que tremia quando a noite passava.

Eu era criança e chorava ao colo da minha mãe, pedia-lhe sempre atenção através das birras constantes e dos gritos apavorados.
Coitada da minha mãe que me aturava nesses meus sonhos perdidos de criança e nas mil e uma tentativas de lhe segurar o peito.
Eu não tinha mais que 6 anos e juntamente com uma intensa vontade de me despegar do mundo havia uma outra vontade de o segurar nas minhas mãos.
Que miúda curiosa! – diziam eles .
E eu lá continuava imersa nos meus pensamentos de menina atormentada e esperançosa de que o mundo não fosse só aquilo.
Todos os dias acordava de um sono que não dormia, durante a noite perdia-me nos vários bonecos que se encontravam no meu quarto e pedia-lhes que se virassem e não me olhassem. Durante a noite eu vivia apavorada e enrolava-me nos lençóis e tapava os ouvidos na esperança de não ouvir a madrugada passar.
Filha, outra vez?! – praticamente todos os dias eu ouvia esta frase depois de deixar a cama molhada.
Os anos passaram mas as mesmas esperanças e medos continuam durante as madrugadas.
Hoje, não me enrolo nos lençóis nem tapo os ouvidos.
Hoje, abro os olhos e revivo-me nas sombras que tremem nessas noites que não durmo.


Sara Almeida