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16 de maio de 2010
1 de junho de 2009
Às 22h o tempo parou.
O som do contrabaixo começa a tocar, baixo e violento, e uma voz eleva-se entre os toques de um piano moribundo.
“And I built a home for you, for me...”, canta.
O tempo continua parado.
A sala está imersa numa luz lúgubre.
O som propaga-se, acorda a pele e apaga os últimos vestígios de um presente que deixa agora de existir.
São 22h e eu olho-te.
Penso nas cartas que nunca leste e nos lençóis brancos que estendi na cama.
Não te consigo tocar pois temo a vontade que me irá oferecer.
O meu corpo pede-te, anseia-te e despe-se de vazios.
Procuro-te nas palavras que todos os dias te escrevo e nos corpos que escolho sentir.
És o meu pecado, a minha sede e o meu coração que, já enfraquecido, bate por ti.
“That song is singing, singing in to me slow and sweet. It carries me out to sea and swallows me in to the deep and comforts me…” – continua a música e a voz e o som dilacerante consome-me a carne.
Quero-te! E porque não? Porque me forço a não te ter hoje e agora?
Em silêncio e, através da hora que não passa, te digo: “constrói a minha casa”
E em silêncio e, através da hora que não passa, respondes: “destrói os lençóis brancos”.
A música parou, as palmas abrem-se altivas e desconcertantes e, entre os beijos que não são dados e as mãos que não são cruzadas, te agarro o coração.
São 22h e tu olhas-me.
Enquanto o barulho das mãos aquece e o palco se apaga, calas-me e levas-me o corpo.
Nas ruas e paredes assinadas encostas e seguras-me a cara num beijo sôfrego.
A fome seca-me o estômago e nos minutos que continuam sem passar, morro devagar.
Perdes-te nos meus olhos e nos beijos que se consomem.
Morres comigo e, nas palavras que escolhes não dizer, envenenas-me a razão.
Queres-me!
Em silêncio te digo: “destruí os lençóis brancos”
E em silêncio me respondes: “construí a tua casa”.
São agora 22h05.
Escrito por Sara Almeida 1 lógica(s)
29 de maio de 2009
Elogio ao Amor
Escrito por Sara Almeida 1 lógica(s)
24 de maio de 2009
Escrito por Sara Almeida 1 lógica(s)
21 de maio de 2009
Crónica Primaveril
O Espirro é altamente incomodativo, de vez em quando lembra-se de gerar contracções involuntárias no rosto até finalmente se fazer ouvir.
O Espirro instala-se, é o típico amigo de copos e poucas conversas.
Muitos de nós chamamos o Espirro em situações de profunda comichão no orgão olfactivo.
A Sra. Dra. Felicidade veste-se, prepara a maquilhagem, pinta os lábios de vermelho e, aquando do seu desfile pelas ruas da cidade, um aroma a Chanel Nº5 é largado no ar.
(Vejam agora isto em câmara lenta)
Automaticamente, os olhos encolhem, a comichão invade as fossas nasais, morde-se a língua, na esperança de nada sair, mas a boca inicia já o seu processo convulsivo e autónomo de abertura dos maxilares e, um sonoro grito, vindo das profundezas dos nossos pulmões sai. Com ele, saem todos os filhos e seus descendentes.
A mãe de Espirro geralmente acorda na Primavera.
As flores nascem, o sol brilha quente lá no alto, a paixão aquece e, subitamente, eis que, sem aviso, chega! Os pulmões começam a inchar, o corpo amolece, os olhos semicerrados começam a pesar e a sensação de se fumarem 500 cigarros invade toda a garganta.
É a Mãe da igualdade entre os homens, ela segue-nos toda a vida, alimenta-nos e morre connosco. Ninguém está imune ao seu poder maternal.
Espirro, submisso e obediente, responde a todos os desejos da Grande Mãe.
Quando ela lhe diz: “Filho, abraçai José Pais. Ele estará sentado a uma mesa com toda família e amigos”. Espirro obedece e, abençoa assim José com o poder da propagação da sua espécie.
A seguir, pouco satisfeito, decide ainda abençoar Edmundo.
Edmundo estava em frente a Cristiana... O tempo parara, os olhares brilhavam, os sorrisos eram partilhados e os cabelos compridos de Cristiana esvoaçavam. Sem aviso, Edmundo deixa sair um sonoro e esganiçado grito.
O filho de Espirro nascera! Aleluia! Aleluia!
Sara Almeida
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9 de maio de 2009
Muitas são as cartas que já te escrevi.
Escrito por Sara Almeida 0 lógica(s)
30 de abril de 2009
Bem... E desta vez, não é um espaço só meu mas de alguns amigos e colegas de faculdade que decidiram dar voz e imagem a alguns gostos culturais próprios.
Escrito por Sara Almeida 0 lógica(s)
21 de abril de 2009
Criei um novo espaço ligado à minha paixão pela literatura.
A quem quiser dar uma vista de olhos: http://www.livrariadebolso.blogspot.com/
Sara
Escrito por Sara Almeida 0 lógica(s)
14 de abril de 2009
Procuro-te, entre as palavras que leio noutros livros e, nas intensas vontades de partilhar as paisagens, que investigo ao amanhecer.
Procuro-te, nos sons das casas que abandono e nelas movo sonhos, para encontrar perdido o corpo de um homem fundido numa mulher.
Procuro-te, entre os vestígios dos montes que encontro em fins de tarde e, se algum dia me perguntarem por ti, saberei que és Conto que escrevo em plena madrugada.
Sara
Fotografia: Montemor
Escrito por Sara Almeida 1 lógica(s)
7 de abril de 2009
Madrid 2009
Cañas e Tapas!
Melhor vida que isto é impossível.
A junção da paz com um stress suportável.
Cada vez que viajo penso sempre que vivo num país muito pequeno mas quando volto a Lisboa...
Sara
Escrito por Sara Almeida 1 lógica(s)